Educação

“Bolsonaro só não manda matar Paulo Freire porque ele já morreu”

Nita Freire fala sobre sua história com Paulo Freire, o legado do educador e os ataques do atual governo à sua figura e à educação

Foto: Wanezza Soares
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Entre as tantas memórias de Paulo Freire em Nita Freire, sua viúva, uma delas ganha um lugar de destaque: “A capacidade em ser tolerante”, conta emocionada à reportagem de CartaCapital, 22 anos após a sua morte. A educadora parte de uma das principais habilidades do educador, a de dialogar com o diferente, para fazer apostas de como Freire, próximo de completar 98 anos se estivesse vivo, reagiria aos atuais ataques perpetrados pelo presidente Bolsonaro, os integrantes do governo e seus apoiadores.

“Paulo não responderia nem oralmente, nem escreveria. A resposta dele seria o silêncio. Agora, acho que ele se sentiria ofendido. O presidente só não manda matar Paulo porque ele já morreu, senão mandaria matar, tamanho o ódio que ele tem. É a existência total de intolerância, tudo que é diferente não serve”, diz.

Nita aposta que o educador estaria triste diante do cenário político brasileiro e tomado de “uma compaixão enorme de todos nós que estamos sendo esmagados, diluídos, feitos pó pra jogar fora. Mas ele não se lamentaria, teria forças para lutar por um país melhor e esperança pela mudança”, prossegue Nita, referindo-se à participação dos estudantes nas manifestações contrárias ao governo e às decisões na educação.

Em entrevista a CartaCapital, Nita Freire fala sobre sua história ao lado de Freire, o legado e contribuição do educador não só no Brasil, mas no mundo, e o papel da educação para uma formação crítica e emancipadora dos indivíduos.

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