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Dias após ordem de Bolsonaro, Exército viabilizou recursos para produzir cloroquina

O montante necessário foi destravado pelo Departamento-Geral do Pessoal, na ocasião dirigido pelo general Artur Costa Moura

Foto: Reprodução/Facebook
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Em 23 de maio de 2020, dois dias depois de o presidente Jair Bolsonaro ordenar ao então ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, a ampliação da produção de cloroquina, o Exército viabilizou a obtenção dos recursos públicos necessários para a manobra. A droga, ineficaz contra a Covid-19, foi estimulada por Bolsonaro desde o início da pandemia e faz parte do ‘arsenal’ da CPI da Covid no Senado.

O montante necessário, segundo o jornal Folha de S.Paulo, foi destravado pelo Departamento-Geral do Pessoal, na ocasião dirigido pelo general Artur Costa Moura. Assim, o DGP ‘descentralizou’ recursos e favoreceu o Laboratório Químico Farmacêutico da força, que produziu 3,2 milhões de comprimidos, ao custo de 1,1 milhão de reais.

A manobra do DGP foi realizada outras duas vezes, segundo manifestação feita pelo Exército em um inquérito civil aberto pela Procuradoria da República no Distrito Federal.

No início deste mês, CartaCapital mostrou que o Exército tem estocados 317,6 mil comprimidos de cloroquina, em meio à diminuição da procura pelos estados.

Em 2020, a produção do medicamento foi 25 vezes maior que a habitual. Antes da pandemia, o laboratório do Exército produzia cerca de 250 mil comprimidos a cada dois anos para sustentar o programa de combate à malária, doença contra a qual a cloroquina é utilizada.

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