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O MELHOR DA SEMANA
SÁBADO, 3 DE MARÇO DE 2021

Recorde de mortes

Em um único dia, o Brasil chegou a registrar mais de 1.900 mortes por Covid-19; especialistas falam em colapso iminente

 FOTO: MICHEL DANTAS/AFP

O Brasil passa, neste março, pelo seu pior momento da pandemia do novo coronavírus. Os números de infecções e de mortes aumentaram nesta semana.

Na quarta-feira 3, de acordo com o boletim do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, o País registrou 1.910 óbitos por Covid-19 em 24 horas. O número é o mais alto para um único dia.

Na sexta-feira 5, ainda segundo o Conass, o Brasil chegou ao todo a 262.770 mortes e 10.869.227 de casos desde o início da pandemia.

Se os números do presente assustam, as projeções para as próximas semanas desesperam.

Informação do jornal Valor Econômico diz que o Ministério da Saúde prevê três mil mortes diárias pela doença na sequência deste mês.

Esta pode ser a nova realidade brasileira durante um período, afirmou o médico, neurocientista e professor catedrático da Universidade de Duke (EUA) Miguel Nicolelis.

“Nós podemos ter a maior catástrofe humanitária do século 21 em nossas mãos. A possibilidade de cruzar 2.000 óbitos diários nos próximos dias é absolutamente real. A possibilidade de cruzarmos 3.000 mortes diárias nas próximas semanas passou a ser real. Se você tiver 2.000 óbitos por dia em 90 dias, ou 3.000 óbitos por 90 dias, estamos falando de 180 mil a 270 mil pessoas mortas em três meses. Nós dobraríamos o número de óbitos. Isso já é um genocídio, só que ninguém ainda usou a palavra. O que são 250 mil mortes sendo que a vasta maioria poderia ter sido evitada?”, disse em entrevista.

Para a pneumologista Margareth Dalcolmo, professora e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), "teremos o mais triste março de nossas vidas".

"Isso é resultado do Carnaval e do descompasso entre o que nós, cientistas, dizemos, e o que as autoridades afirmam. Nos últimos dias, ouvimos que não é pra usar máscaras. Não há dúvidas, está demonstrado que a máscara é uma barreira mecânica que protege quem usa e todo mundo ao redor”, reforçou em entrevista.

 


 

O comportamento de risco dos negacionistas

A psicanalista Maria Rita Kehl se diz pessimista em relação às chances de convencê-los da gravidade da pandemia

 

(FOTO: EDUARDO MATYSIAK/FUTURA PRESS

Há quase uma unanimidade quando se pergunta quem é o principal responsável pelo número de mortes por Covid-19 no Brasil. A maioria das respostas será direcionada ao presidente Jair Bolsonaro.

A postura do chefe do executivo, desde o início da pandemia, tem na negação da tragédia uma arma de defesa.

Não bastasse o negacionismo presidencial, os seus seguidores  também condenam as medidas de prevenção.

Muitos deles seguem a vida normal, sem máscara e com aglomerações.

"Esse comportamento assenta-se sobre um mecanismo que a psicanálise chama de denegação. A pandemia restringe a nossa vida, o vírus nos ameaça de morte. Isso nos angustia a todos. Mas há um grande número de pessoas, lideradas por aquele que deveria proteger a população, que prefere acreditar que não corre perigo", esclarece a psicanalista Maria Rita Kehl em entrevista a CartaCapital.

Para ela, essas pessoas "sabem que correm perigo e fingem para si mesmos que com eles nada acontecerá. Sabem que, mesmo se não adoecerem, eles podem contaminar pessoas mais frágeis, mas são perversamente indiferentes".

Além de negar o perigo, o presidente e seus seguidores divulgam medicamentos sem eficácia como solução ideal para deter o aumento das mortes.

O chamado 'lobby da cloroquina' foi tema de reportagem de CartaCapital. A matéria revela quem são os favorecidos com a divulgação do fármaco.

Por conta do lobby, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, virou alvo de requerimento na Câmara dos Deputados.

O general, a partir do recebimento da notificação, tem 30 dias para responder os questionamentos sobre o medicamento.

 


 

PEC Emergencial passa no Senado

A Casa não fixou um valor para a nova rodada do auxílio emergencial, mas estabeleceu um limite de investimento para o governo

FOTO: MARCOS OLIVEIRA/ AGÊNCIA SENADO

 O Senado aprovou na quinta-feira 4, em segundo turno, a chamada PEC Emergencial, que pavimenta o caminho para a retomada do auxílio emergencial, ao custo de até 44 bilhões de reais. 

Agora, o texto segue para a Câmara, onde também precisa ser avalizado em dois turnos por pelo menos 308 deputados.

O Senado, apesar de fixar um teto para os gastos com o benefício, não estabeleceu um valor para cada pagamento aos beneficiários.

A gestão de Jair Bolsonaro deve enviar ao Congresso Nacional uma Medida Provisória propondo quatro parcelas do auxílio, com o valor de 250 reais cada.

O texto aprovado, sob a relatoria do senador Márcio Bittar (MDB-AC), sofreu uma série de alterações desde a apresentação original.

Uma das mais relevantes envolve a manutenção dos pisos para investimentos em saúde e educação, que estavam sob a ameaça. Esta foi uma vitória da oposição.

A PEC aprovada permite que o auxílio emergencial seja disponibilizado fora do limite imposto pelo teto de gastos – por meio de “créditos extraordinários”, ou seja, nova dívida – e impõe, em contrapartida, uma série de medidas de ajuste fiscal para “compensar” o benefício

 


 

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